Ruy Duarte de Carvalho Nasceu em Santarém, Portugal em 1941, mas passou a sua infância e adolescência no sul de Angola. Acompanhando o pai, aventureiro português caçador de elefantes, nas suas itinerâncias pelo deserto do Namíbe. Regente agrícola, foi criador de ovelhas caracul, mais tarde estudou cinema em Londres e antropologia em Paris. É doutor em Antropologia, pela Écoledes Hautes Étudesen Sciences Sociales, em Paris. Doutorando-se com uma tese sobre os pescadores da Ilha de Luanda foi professor universitário, lecionou na Universidade de Luanda, foi Professor Convidado na Universidade de Coimbra e da Universidade de São Paulo. Em 1982, levou a cabo um pioneiro exercício de tradução/apropriação da grande tradição lírica oral nas várias línguas autóctones africanas que reuniu em Ondula Savana Branca. Autor referência da língua portuguesa, publicou, entre outras obras. É autor de Vou lá visitar pastores (1999), sobre os Kuvale, sociedade pastoril do sudoeste de Angola. Na poesia, salienta Chão de Oferta (1972), A Decisão da Idade (1976), Observação Direta (2000), entre outros, tendo reunido em Lavra poemas de 1970 a 2000. É ainda autor de obras de ficção (e Como se o mundo não tivesse Leste, (1977 e 2003), Vou lá visitar pastores (1999), vasto fresco sobre os kuvale, sociedade pastoril do sudoeste de Angola e adaptado ao cinema e "Os Papéis do Inglês"(2000). Para além da atividade literária, realizou as longas-metragens Nelisita: narrativas nyaneka (1982) e Moia: o recado das ilhas (1989). Profundo conhecedor das práticas agro-pastoris tradicionais situou o cenário das suas pesquisas na região etnocultural Kuvale, no sul do país, como cineasta e antropólogo. Recebeu o Prêmio Literário Casino da Póvoa com Desmedida - Luanda, São Paulo, São Francisco e volta (2008). Também em 2008 o Centro Cultural de Belém realizou um ciclo sobre a sua vida e obra, o primeiro que dedicou