Rotas comerciais
Até esta semana, levar mercadorias da Bahia para a China era um verdadeiro desafio. Os produtos passavam até 60 dias sendo transportados, a custos exorbitantes, sem falar na utilização de dois ou mais meios de transporte para a carga, o que muitas vezes ocasionava prejuízos. Esta realidade mudou com o início da operação da linha direta entre Bahia e China. O primeiro navio de contêineres partiu ontem do Porto de Salvador diretamente para a Ásia, sem escalas, encurtando o tempo de escoamento das mercadorias para 25 dias.
Segundo o diretor presidente da Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), José Rebouças, a linha que parte de Salvador para a China será a de menor tempo de trânsito no país. “Com isso, as cargas perecíveis correm menos risco de perda, por exemplo”, analisou.
Rebouças observou que agora o porto baiano é capaz de receber qualquer embarcação que navegue no Hemisfério Sul. “Mas a Bahia ainda precisa melhorar a acessibilidade terrestre”.
“Esta rota torna o frete mais barato e gera um faturamento mais rápido para os comerciantes ”, explicou o diretor executivo do Terminal de Contêineres de Salvador (Tecon), Demir Lourenço Júnior.
Dragagem
Criar a primeira rota comercial por navio entre a Bahia e a China só foi possível graças às obras de dragagem do Porto de Salvador, o que aumentou a profundidade de 12 para 15 metros, possibilitando a atracação de navios de maior porte. “Nos últimos anos, o tamanho dos navios que vêm para a costa brasileira cresceu muito. Agora, estamos fazendo a contenção, que está com 60% das obras concluídas, e depois podemos partir para as obras de aprofundamento do berço (local do porto onde os navios ficam atracados), que hoje tem 12 metros de profundidade e chegará a 15 metros até agosto”, pontuou Lourenço.
De acordo com ele, a expansão do Porto de Salvador demorou mais do que o necessário, mas com a entrada em operação desta linha direta, a