Rompendo o cilo de violencia
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Rompendo o ciclo de violência: O abusador sexual e a necessidade de tratamentoDevido ao alto índice de incidência, a violência sexual infantil se configura hoje em um problema de saúde pública, exigindo dos órgãos competentes ações cada vez mais integradas de prevenção e promoção da saúde àqueles que tiveram o seu direito violado; todavia, a resposta do sistema legal aos abusadores prevê o confinamento como forma de punição e em contrapartida não há investimentos em políticas de reintegração quando esses retornam ao convívio social.
Estudos revelam que o índice de reincidência das pessoas que cumprem pena de prisão no Brasil é de cerca de 70%. Não existe estatística nacional sobre a reincidência após tratamento e acompanhamento especializados, inclusive para casos de abuso sexual.
Pesquisa feita com 3 mil pessoas encarceradas no Canadá, no ano de 2000, apontou 23,6% de reincidência entre aqueles que foram tratados. Outra pesquisa, feita em 2003 nos Estados Unidos, indicou que a reincidência entre quem completa o tratamento é seis vezes menor.
Para que se considere um enfrentamento longitudinal ao abuso sexual infantil é necessária uma intervenção não somente na criança que teve seu direito violado, mas também naquele que o violou, visto que o abusador poderá repetir o mesmo ciclo de violência.
Mas quem é o agressor sexual?
A pessoa que pratica o ato sexual contra uma criança é comumente assumido e descrito como sendo um pedófilo, contudo é necessário atentar para o fato de que nem todo abusador é um pedófilo bem como nem todo pedófilo é um abusador sexual. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV), item F65.4, pedofilia é definida como a preferência sexual, em que o indivíduo demonstra intensa atração sexual e fantasias por crianças de quaisquer sexo e geralmente pré-púberes.
Note que segundo essa definição, o ato sexual entre pedófilo e criança não precisa estar presente, visto que a pessoa é considerada