Romantismo-Realismo
O romantismo no Brasil começa em 1836, com a publicação de Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães. Este movimento cultural muito amplo é fruto de uma nova atitude de espírito diante dos problemas da vida e do pensamento, e implica em uma profunda metamorfose, em uma verdadeira revolução histórico-cultural, que abrange a filosofia, as artes, as ciências, as religiões, a moral, a política, os costumes, as relações sociais e as famílias. O estilo toma suas liberdades, de modo que o escritor cria seu próprio vocabulário e forma sua própria sintaxe, fugindo das normas acadêmicas tradicionais.
A literatura Romântica no Brasil apresentou varias tendências, como o indianismo, Nacionalismo, Regionalismo, Byronismo (O chamado Mal do Século) entre outras. Essas tendências foram separadas em três gerações, que são:
1º Geração (Indianismo – Nacionalismo): No Romantismo europeu, a volta ao passado histórico leva à Idade Média, onde estão as origens das nações europeias. Mas, como o Brasil não teve Idade Média, voltar ao passado significa redescobrir o país antes da chegada dos europeus, quando esse era habitado por nações indígenas.
Como exemplo, um trecho de Iracema, de José de Alencar:
“Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se. Diante dela e todo a contemplá-la está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta.”
Nesse romance, de 1865, o escritor apresenta uma visão poética da formação do povo brasileiro. De acordo com sua “lenda”, ele tem origem na união do índio, representado por Iracema, a “virgem dos lábios de mel”, e o branco europeu, representado pelo guerreiro Martim. Repare que o negro ficou de fora do projeto nacionalista-literário da primeira geração.
Outro tema de grande importância na primeira geração é a exaltação da pátria (nacionalismo ufanista), pois nossos primeiros românticos entenderam que sua