Rocha
E INTERPRETAÇÃO I
Segundo Mário Quintana, O mais difícil, mesmo, é a arte de desler.
Dessa forma, pergunta-se: basta decifrar palavras para ocorrer a leitura? Como devemos explicar, então, expressões como “fazer a leitura”, “ler o olhar de alguém”, “ler o tempo”, “ler o espaço”, indicando que o ato da leitura vai além da escrita?
Neste capítulo, vamos refletir e estudar o que é ler e interpretar o mundo. Edna dos Reis
Com freqüência é muito natural lermos superficialmente, ou melhor, “passar os olhos” no texto, o que nos impede de entendê-lo mais profundamente. Assim para que a leitura seja bem proveitosa e eficaz, é preciso levar em consideração alguns detalhes:
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não se lê tudo de um mesmo modo; as maneiras de ler dependem do objetivo que se quer alcançar; ao ler um texto, usa-se a língua como um sistema de comunicação; a experiência cultural e vivencial do leitor são essenciais para a compreensão do texto;
• o professor é apenas um ativador do processo da leitura.
Uma leitura bem feita é aquela capaz de depreender de um texto ou de um livro a informação essencial. Para isso, uma boa estratégia é buscar as palavras mais importantes de cada parágrafo. Elas constituirão as palavras-chave de um texto, em torno das quais as outras se organizam e criam um intercâmbio de significação para produzirem sentidos.
O autor Antonio Carlos Viana (1998, p.9-10) apresenta um esquema de como encontrar a(s) palavra(s)-chave de um texto. Vejamos um exemplo:
Ninguém se enamora se está, mesmo parcialmente, satisfeitos com o que tem e com o que é . O enamoramento surge da sobrecarga depressiva, isto é, da impossibilidade de encontrar alguma coisa de valor na vida cotidiana. O “sintoma” da predisposição para o enamoramento não
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Capítulo 2 é o desejo consciente de se apaixonar, enamorar, uma forte intenção de enriquecer o existente, mas sentimento profundo de não ser e não ter nada de valor, e a vergonha de não tê-lo.