Rituais de iniciação
Uma das polémicas teve a ver com o facto de, em algumas regiões da Huila, a igreja católica ter-se “apropriado” do ritual de “efiko” (ritual de iniciação feminino), alegadamente para depurar aspectos vistos como desumanos. Favorável a tal medida, um estudante apegou-se em relatos de casos de morte no “ombelo”, pelo que, disse, «tudo o que atenta contra a vida humana deve ser combatido».
Em reacção, o prelector classificou de errada a prática de “efiko” no espaço cristão na medida em que prejudica a essência do ritual. No mesmo diapasão, e um pouco mais efusiva, alinha a Directora Provincial da Cultura, Marcelina Gomes, que é também docente do curso de história.
A par do background como investigadora, Marcelina revelou à plateia que passou também pelo ritual de “efiko”, classificando por isso de infundados relatos de morte. «Até porque não há cirurgia absolutamente nenhuma no ombelo», referiu, «ao contrário do “ekwenje” [ritual masculino]. Na circuncisão, aí sim, porque poderia haver uma infecção, já que os materiais eram impróprios e não esterilizados», realçou.
Várias outras intervenções apelaram à identificação de formas e mecanismos no sentido de resgatarem, os africanos, alguns dos aspectos mais sagrados da sua cultura, que não escaparam à humilhação colonialista.
Promovido pelo Departamento das Ciências Sociais, o certame é parte do programa de saudação do aniversário do continente africano, que tem na agenda atractivos como teatro, exibição de filmes e música ao longo da semana.
Gociante