De acordo com a autora Ana Luisa Baptista, o rito é o ato que liga o homem e suas crenças, aquilo que ele faz pra defender ou satisfazer suas necessidades internas. Rito é a liturgia, a religio, a religião. Mesmo sendo um ato, não é um ato vulgar, pelo contrario é um ato simbólico. São nos rituais que nos encontramos frente ao símbolo, é aquilo que faz ponte entre o ato e o que ele significa. O autor Carlos São Paulo diz que para Carl G. Jung os rituais ajudam a conectar nossa realidade interior com a exterior, como também conectam os mundos conhecidos com os desconhecidos. Jung observou que o homem primitivo sempre recorreu a ações ritualísticas, tais como danças, cantos e etc. Ele dizia às pessoas que: “no rito estão próximas de Deus; são até mesmo divinas”. Por exemplo: Quando vamos assistir a um filme no cinema, ficamos em uma fila enorme, compramos pipoca e depois entramos em uma sala escura em meio de tantas pessoas desconhecidas. Possivelmente com isso estaremos nos aproximando mais desse mundo das trevas que habita o nosso interior e, dessa forma o exterior e o interior se unem para mergulharmos nas emoções do filme e vivenciar de uma forma mais intensa a importância dos rituais. Para Jung a função transcendente estabelece uma ligação entre dados reais e imaginários, entre a consciência e a inconsciência, ela cria condições para que o equilíbrio entre os opostos, por meio dos conflitos gerados por eles, seja alcançado. Portanto podemos entender os rituais como expressões simbólicas da função transcendente, nos quais objetiva-se reconhecer a existência dos opostos e mediar a harmonia entre eles. A vida terrena e a espiritual, a fertilidade e a esterilidade, o humano e o divino, a luz e as trevas, o bem e o mal, são opostos presentes nos ritos de celebração da vida que se encontram entre nós até hoje.
Autora: ana luisa batista ,artigo: Espiritualidade na Prática Clínica http://www.incorporarte.psc.br/sys/index.php?option=content&task=view&id=27