Riqueza
Instituto de Economia
O DEBATE SOBRE A DESIGUALDADE DE RENDA NO
BRASIL: DA CONTROVÉRSIA DOS ANOS 70 AO
PENSAMENTO HEGEMÔNICO NOS ANOS 90
TD. 001/2004
Rodrigo Mendes Gandra
Série
Textos para Discussão
O debate sobre a desigualdade de renda no Brasil: da controvérsia dos anos 70 ao pensamento hegemônico nos anos 90.1
Autor: Rodrigo Mendes Gandra2
Última Revisão: 10/jan/2004
JEL: B10, D30, D31, D39
Palavras-Chave: Desigualdade de Renda, História do Pensamento Econômico, Teoria do Capital Humano.
Introdução
Este trabalho tem por objetivo principal delinear a História do Pensamento Econômico Brasileiro sobre as questões distributivas a partir da década de 60. Trata-se de um o resumo da dissertação de mestrado do autor (que pode ser encontrada nas referências bibliográficas). Em primeiro lugar, fazse uma análise do debate sobre as causas do aumento da desigualdade de renda brasileira na década de 60 (que ficou conhecido como a “Controvérsia de 70”). Após isto, faz-se uma análise dos argumentos dos economistas contemporâneos (da década de 90) sobre as causas da elevada e estável desigualdade de renda no Brasil. E, finalmente, compara-se os dois períodos de pensamento para se saber como o debate tem evoluído.
I- A “Controvérsia de 70”
No Brasil, a distribuição da renda foi objeto de um amplo debate durante a década de 70 (conhecida como “Controvérsia de 70”), que teve seu ponto de partida na constatação da elevação dos índices de concentração pessoal de renda durante a década de 60. Havia duas vertentes básicas de pensamento. De um lado, estudiosos como Langoni (1973), Branco (1979) e Senna (1976) baseavam-se em um modelo que conectava a curva de U-invertido de Kuznets à Teoria do Capital
Humano (TCH), de modo que o acelerado crescimento econômico em um país de renda per capita relativamente baixa e a mudança da estrutura econômica de agrária para industrial teriam desencadeado efeitos