Rio seixos
O rio é o elemento de ligação entre a natureza e o homem. É nele que os valores profundos de uma sociedade como a sua cultura, costumes, habitação se apoiavam. Havia então uma relação harmônica com os recursos naturais, na qual não ocorriam alterações nem impactos na sua integridade nem nos seus sistemas ecológicos. Os sistemas fluviais podem ser considerados simultaneamente mutáveis e permanentes quando considerada sob o ponto de vista de estruturação do território e seus usos.
Utilizado por muito tempo como delimitação e organização do espaço territorial, matriz mítica, simbolismo do sagrado e profano do puro e impuro. As cheias e secas por exemplo eram atribuídas aos deuses, originando assim alguns dos mitos e temores. Ao longo do tempo, várias sociedades baseavam seu desenvolvimento na irrigação dos campos agrícolas a partir das águas dos rios, fazendo uso da mesma para o aproveitamento de energia, pesca e drenagem. A civilização egípcia por exemplo utilizavam a energia gerada através do rio para moagem, elevação da água, abastecimento, pesca, aproveitamento da vegetação ribeirinha etc. O século XVI foi chamado por alguns por “Águas Disciplinadas” devido ao crescimento da utilização dos rios para construção de diques, nos quais conduziam as águas até o meio das cidades. São sistemas lineares simples e com poucas alterações na paisagem original.
No século XVIII houve uma regularização na construções de diques, eliminação de meandros, criação de ilhas, aprimoramento na navegação, agricultura, criação de defesa contra as cheias e secas e cuidados com a saúde pública. Todavia, neste século podemos observar o início de consequências que só se agravam no futuro. Excessivos controles fluviais e impactos ambientais decorrentes desses modelos massivos de crescimento industrial, deram origem a alteração de substâncias na integridade do rio, assim como também a modificação do sistema ecológico presente no rio. Seu uso passou a ser também como depósito de