Rio grande do sul
Rio Grande do Sul III
Analúcia Pereira
PETERSEN, Sílvia R. Ferraz. As Greves no Rio Grande do Sul. Rio Grande do Sul, Mercado Aberto, 1993.
Resenhado por: Regina Schüssler
A presente resenha te por objetivo apresentar o capítulo As Greves no Rio Grande do Sul, escrito por Sílvia R. Ferraz Petersen que aborda como se articularam os movimentos grevistas no Rio Grande do Sul entre 1890 – 1919, e quais entre estes foram os de maior repercussão no estado. A autora aborda neste capítulo que o crescimento industrial no estado e o poder que encontrava-se nas mãos da burguesia agro-exportadora irão desencadear questões sociais vinculadas ao proletariado que irá sofrer-las diretamente gerando assim conflitos de interesses entre o setor operário e a burguesia industrial que ainda estava vinculada a experiência escravocrata-patriarcal. Estes conflitos irão dar origem aos movimentos sindicais no estado que irão reivindicar os interesses da classe operária. A autora aborda que Afonso Pena propõe iniciativas estatais ou privadas que estimulavam a criação de cooperativas e mutualidades com o objetivo de proporcionar o bem-estar e o futuro dos operários bem como de suas famílias com a finalidade de prevenir tais conflitos, no entanto não passaram de “idéias novas” de caráter paternalista que não se concretizaram na prática. Cabe ainda enumerar que o movimento sindical que surge não será reconhecido nem pela burguesia e nem pelo estado, sendo somente legítimo para o operário. De acordo com Petersen os conflitos geravam-se em torno de uma falta de estrutura sócio-política que colocava o proletariado numa condição marginalizada, não havendo vias institucionais de diálogo, pois os sindicados existiam somente para seus membros e não havia uma legislação reguladora das relações de trabalho, sendo que nem mesmo como classe o proletariado estava perfeitamente desenvolvido, assim como os mecanismos de exploração de trabalho. No