Revoução industrial no serviço social
O Serviço Social surge, portanto como criação típica do capitalismo, articulada com um projeto de hegemonia do poder burguês. Os efeitos da questão social ultrapassavam os limites das vilas operárias, tornando-se uma pesada nuvem sobre o horizonte burguês e denunciava a falência da ordem social burguesa. As formas de assistência vigentes eram repudiadas pelo proletário, que lutava por medidas mais amplas de política social. Temerosa e assustada, a classe dominante procurava pensar em estratégias que contivessem as ameaças que colocavam em risco as suas propriedades. Assim, diante de tamanha expansão da pobreza, já não se podia mais restringir a assistência aos pobres às iniciativas de particulares ou da Igreja; era preciso mobilizar o próprio Estado. Foram conferidas às práticas assistenciais novos padrões de eficácia e racionalidade. A expansão do número de agentes foi notável no último terço do século XIX. No início do século XX, o Serviço Social estava presente na maioria dos países europeus e nos EUA. Porém, sua identidade profissional era cheia de contradições e antagonismos, como o próprio regime que o criara. Sua prática fetichizada e mecânica com identidade atribuída haviam impedido o assumir coletivo do sentido histórico da profissão, transformando a prática social em uma prática indefinida. A prática social era, na verdade uma prática abstrata. Se o início do século XX havia trazido a esperança da recuperação econômica e da melhoria do quadro social, a I Grande Guerra se encarregou de violentá-la brutalmente, substituindo-a pelo temor do que estava por vir. O final da terceira década deste século foi marcado por uma crise econômica mundial, o desemprego e todo o conjunto de problemas sociais a ele associados cresceram de forma assombrante. Numa busca de reergui mento do capitalismo, o Estado foi assumindo um papel destacado na expansão dos investimentos e do mercado e a industrialização capitalista