Revolução Francesa
“Três razões fazem ver que o governo da monarquia hereditária é o melhor. A primeira é que é o mais natural e se perpetua por si próprio. A segunda razão é que esse governo se interessa mais na conservação do Estado e dos poderes que o constituem: o príncipe, que trabalha para o seu Estado, trabalha para seus filhos, e o amor que tem pelo seu reino, confundido com o que tem pela sua família, torna-se-lhe natural. A terceira razão tira-se da dignidade das casas reais. A inveja que se tem naturalmente daqueles que estão acima de nós, torna-se aqui em amor e respeito; os próprios grandes obedecem sem repugnância a uma família que sempre viram como superior e à qual não se conhece outra que a possa igualar. O trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus. Os reis são deuses e participam de alguma maneira da independência divina. O rei vê de mais longe e de mais alto; devemos acreditar que ele vê melhor, e devemos obedecê-lo sem murmurar, pois o murmúrio é uma disposição para a sedição.”
O Absolutismo francês
Este texto foi retirado da Política Tirada da Sagrada Escritura, e foi escrito por Bossuet. Você, caro aluno, já sabe como os intelectuais iluministas refutaram estas idéias. Assim, você pode imaginar como ficou difícil para os reis absolutistas franceses manter sua autoridade, se utilizavam argumentação obsoleta. Para piorar a situação dos reis franceses, a burguesia, que adotava os princípios iluministas, estava se fortalecendo economicamente e questionava abertamente a estrutura absolutista.
Para que nós possamos fazer um estudo metódico da Revolução Francesa, vamos conhecer como se estruturou o absolutismo francês e como, vagarosamente, este absolutismo foi sendo ultrapassado pelo desenvolvimento do capitalismo burguês.
A centralização de poder na França, dentro dos moldes absolutistas, tem suas raízes na Baixa Idade Média: Filipe Augusto organizou um sistema tributário e um exército mercenário, no