Revolução farroupilha
Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha são os nomes pelos quais ficou conhecido o conflito entre sul-rio-grandenses republicanos e o governo imperial. Durou de1835 a 1845 e, para além da então Província do Rio Grande do Sul, chegou a alcançar a região de Santa Catarina, na região sul do Brasil. À época do período Regencial brasileiro, o termo farrapo era pejorativamente imputado aos liberais pelos conservadores (chimangos) e com o tempo adquiriu uma significação elogiosa, sendo adotado com orgulho pelos revolucionários, de forma semelhante à que ocorreu com os sans-cullotes à época da Revolução Francesa. Há, também, uma outra visão da Guerra dos Farrapos (o outro lado). Antecedentes e causas As causas remotas do conflito encontram-se na posição secundária, econômica e política, que a região sul, e em particular a Província do Rio Grande do Sul, ocupava nos anos que se sucederam à Independência. Diferentemente das províncias do sudeste e do nordeste, cuja produção de gêneros primários se voltava para o mercado externo, a do Rio Grande do Sul produzia para o mercado interno, tendo como principal produto o charque, utilizado na alimentação dos escravos africanos. A região sul, desse modo, encontrava-se dependente de um mercado que por sua vez dependia do mercado externo e sofria as conseqüências disso. Como causa imediata, o charque rio-grandense era tributado mais pesadamente do que o similar oriundo da Argentina e do Uruguai, perdendo assim competitividade no mercado interno em função dos preços. No interior da Província existiam fazendas agrícolas cuja produção também era destinada ao consumo interno. Ali, muitos colonos se estabeleciam e, entre eles, militares desmobilizados. Alguns desses colonos não conseguiam adquirir terras para formar as próprias fazendas e acabavam formando bandos armados que se ofereciam aos proprietários mais