Revolução Farroupilha
Baseada numa economia estancieira de produção de charque, exportado principalmente para a região sudeste onde era utilizado na alimentação das massas escravas, o charque gaúcho sofria com a concorrência do charque platino em virtude do preço do produto estrangeiro que era escoado diretamente pelos portos de Montevidéu e Buenos Aires, tornando-o mais barato e isento de impostos para entrada no porto do Rio de Janeiro. Os portos nacionais mais próximos das estâncias do oeste da Província (principal foco da Revolução), Laguna e Rio Grande, não tinham ligações diretas com a região e tornavam o produto mais caro, sendo mais viável escoar a produção pelo porto de Montevidéu. Com isto também estava relacionada à questão da independência da Província Cisplatina, que para os rio-grandenses fora um forte golpe tanto economicamente como moralmente, sendo eles tradicionalmente as “sentinelas da fronteira”, a ponta de lança do Império no sul do país. Identificamos como protagonistas do conflito a chamada elite farroupilha, composta por estancieiros militarizados, charqueadores, comerciantes, e sacerdotes, além de estrangeiros (homens oriundos tanto de fora do Império como de fora da Província). Fora aqueles que tinham interesses próprios, este grupo era também composto pelas mentes ilustradas que foram responsáveis por “pensar” a República Rio-grandense