revolu o cubana Luiz Alberto M
A revolução cubana, "inquestionavelmente o maior acontecimento da América Latina no século XX", como a qualifica o professor Luiz Alberto Moniz Bandeira, é o objeto da mais recente obra deste historiador e cientista político de invejável fôlego para pesquisar, refletir e escrever. É o 16º livro de Moniz Bandeira dedicado à pesquisa histórica, e, tal como os anteriores, um trabalho extenso e profundo.
Nos primeiros parágrafos da introdução, o autor, atualmente morando na Alemanha, diz que a motivação para realizar a pesquisa foi o contraste que ainda assombra muita gente: como Cuba conseguiu resistir aodesmerengamiento da antiga União Soviética e do bloco socialista europeu, tendo sua população um padrão de vida menor do que o da extinta República Democrática Alemã?
Para explicar isso, Moniz Bandeira analisa a revolução cubana e o contencioso que ela ainda provoca com os Estados Unidos. Mas, libertando-se da tendência de fazê-lo a partir de um ponto de vista norte-americano, propôs-se a comprovar suas hipóteses a partir de um ponto de vista latino-americano e brasileiro.
São cinco as hipóteses apresentadas pelo autor, que em resumo pretende comprovar que a revolução cubana, um movimento de caráter nacional e democrático, não foi uma operação soviética, mas resultado das contradições não-resolvidas entre os Estados Unidos e a América Latina. Não era inevitável, segundo Moniz Bandeira, que o movimento liderado por Fidel Castro se identificasse com o comunismo. Essa identificação foi uma contingência histórica resultante da política implementada pelos Estados Unidos, e não pela antiga URSS.
Moniz Bandeira pretende demonstrar, em sua volumosa obra, que a revolução cubana radicalizou-se para defender a nação ameaçada pelos governos de Washington e as conquistas obtidas pela população. O povo cubano, agora, não vê na mudança do