Revoltas do Período Regencial
Nesse tocante, os partidários de tendência mais liberal acreditavam que as províncias deveriam ter considerável autonomia e o imperador deveria ter seus poderes limitados pela constituição. Alguns mais radicais, apesar da pouca expressividade, saíram em defesa do fim da ordem monárquica e a criação de uma república pautada na experiência dos norte-americanos. Contudo, para os ouvidos da elite conservadora, a república ofereceria sérios riscos à ordem.
Uma parcela significativa dos proprietários de terra era defensora de uma estrutura política centralizada e, ao mesmo tempo, comprometida com os interesses das elites. Não por acaso, os membros das classes mais abastadas acreditavam que o apoio ao governo imperial seria de suma importância na conservação da ordem escravista e da hegemonia política dos agroexportadores.
No ano de 1824, com a oficialização da nossa primeira constituição, vemos que a tendência conservadora se viu privilegiada com a criação do poder moderador e a adoção do voto censitário. Por meio destes dois instrumentos, o imperador poderia interferir nas demais esferas de poder, e a escolha dos representantes políticos não sofreria a influência de grupos políticos de natureza popular. Com isso, a maioria da população se manteria alheia do cenário político.
Apesar de todas estas salvaguardas e empecilhos, não podemos presumir que as manifestações políticas populares foram completamente tolhidas no século XIX. A partir do período regencial, entre 1831 e 1840, várias províncias