Revolta de 1924
A brutal recessão que se seguiu após a decadência do Ciclo da Borracha gerou um clima de ins-tabilidade política no Estado do Amazonas. Desde a proclamação da República no Amazonas e em função da enorme receita do Estado, devido ao Ciclo da Borracha, havia acirradas disputas políticas, em época de eleição, entre as oligarquias locais. No período que se seguiu, pós-rush,a crise política acentuou-se.
Mas essa crise não era só uma particularidade amazonense, pois, no Brasil, foi instalada a política oligárquica, desde a chegada dos cafeicultores ao poder. A maior expressão dessa política foi a instalação da convencional “política dos governadores” ou do “café-com-leite”. Por essa organização, o governo brasileiro era escolhido entre os paulistas e os mineiros, que, por sua vez, recebia o apoio do Senado, representantes das oligarquias estaduais.
A política dos grupos oligárquicos não era, portanto, uma característica somente do Amazonas. Em todo o Brasil, havia práticas comuns tais como o coronelismo, a fraude eleitoral, a perseguição política, a corrupção e o voto de cabresto. No Brasil, surgiram vários movimentos contrários a essa política, dentre os quais podemos citar o Tenentismo. Surgido das Forças Armadas, entre os jovens da baixa oficialidade, o Tenentismo estendeu-se de 1922 até 1934, opondo-se frontalmente ao sistema republicano gente, que privilegiava apenas as oligarquias estaduais e fazia proliferar a corrupção e a violência na política brasileira.
O movimento recebeu apoio de militares de patentes superiores e civis provenientes da classe média urbana, que pregavam a moralização das políticas públicas, maior centralização do Estado, voto secreto e restauração das forças militares.Os militares entendiam que os civis degeneraram a República por meio das oligarquias e julgavam seus salvadores. O levante de 1922, que culminou com o episódio do Dezoito do Forte, fracassou.