Revolta da maria da fonte
Nome dado ao movimento de revolta popular que, em 1846, fez cair o governo de Costa Cabral, liderado pela jovem Maria da Fonte (natural de Fonte Arcada, Póvoa do Lanhoso). A rebelião, que foi prelúdio da guerra civil conhecida como guerra da Patuleia, teve início no Minho e em Trás-os-Montes, alastrando rapidamente às Beiras e região centro-sul.
O primeiro sinal de revolta ocorreu em Santo André dos Frades, no dia 22 de Março de 1846, a partir da proibição de enterros nas igrejas, em resposta à qual as mulheres organizaram o primeiro motim. Seguiram-se-lhes Travessões, Simães, Garfe e São Paio.
Posteriormente, deu-se a ocupação dos quartéis por parte dos populares e acções de vandalismo nas repartições públicas. Tal originou uma grave situação de crise política e descalabro económico, devido à paralisação de toda a actividade social, e conduziu à demissão do governo de Costa Cabral.
No rescaldo, exigiu-se a demissão dos ministros responsáveis pela legislação que provocara o desagrado, reclamou-se a dissolução das cortes, a organização da Guarda Nacional, a revogação da Lei do Imposto e a controversa Lei da Saúde. No Porto, passou a governar uma junta, tal como na Estremadura. Perto de Lisboa, constituíra-se a junta de Sintra, tendo os cabralistas sido obrigados a fugir para Espanha.
Na guerra aberta entre o povo e a rainha, acabaria por vencer D. Maria II, com o auxílio dos exércitos inglês e espanhol, pagos com verbas saídas da reforma dos impostos, firmando-se as negociações de paz na Convenção de Gramido (1847).
Guerra da Patuleia..
Desde Fevereiro de 1842 que a Carta Constitucional havia sido proclamada no Porto por Costa Cabral, então nomeado também ministro do reino, sendo o governo cartista presidido pelo duque da Terceira.
Costa Cabral desenvolveu inicialmente uma política de desenvolvimento interno, nas obras públicas, na administração e no ensino, porém, em breve as contribuições aumentaram,