Revisão Gradientes latitudinais e biodiversidade
Programa de Pós-graduação em Ecologia
Ecologia de Comunidades e Ecossistemas
GRADIENTES LATITUDINAIS DE BIODIVERSIDADE: Fatores que afetam padrões e processos
Kênia Maria de Oliveira Valadares
Florianópolis, Julho de 2013.
Gradientes Latitudinais de Biodiversidade: Fatores que afetam padrões e processos
A busca por respostas para o fato de haver uma biodiversidade maior nas regiões temperadas do que nas regiões polares e uma biodiversidade muito maior nas regiões tropicais do que nas regiões temperadas tem levado muitos cientistas e pesquisadores a elaborar diversas teorias. Exceto por poucos casos – a diversidade de pingüins e focas, por exemplo, é maior nas altas latitudes – os mais diversos grupos de organismos obedecem a gradientes latitudinais de diversidade (por exemplo, mamíferos, peixes, insetos, minhocas, moluscos marinhos e plantas) nas mais diversas regiões do mundo, o que inclui todos os continentes e os oceanos. Esse caráter universal indica que um ou poucos fatores são responsáveis pela maior diversificação, nos trópicos, de grupos de organismos tão diferentes (Martins & Sano, 2004).
Os gradientes latitudinais de biodiversidade talvez tenham sido o primeiro padrão biológico a ser abordado pela Ecologia (Diniz-Filho et al., 2009). Já em 1808, o naturalista alemão Alexander von Humboldt descreveu e tentou explicar os gradientes latitudinais de diversidade. Posteriormente, esses padrões foram assunto de obras fundamentais da teoria evolutiva, tendo papel importante nas obras de Charles Darwin e Alfred Russel Wallace, bem como nas obras de alguns dos biólogos mais influentes do século 20 (Hawkins, 2001).
Entretanto, a tendência do aumento da diversidade com a diminuição da latitude não é regular em todo o planeta. Numa mesma faixa latitudinal há uma grande variação no número de espécies. Isso porque existem habitats mais produtivos, em termos de produção