Revista Realidade
Realidade foi uma revista brasileira lançada pela Editora Abril em 1966.
Circulou até janeiro de 1976.
Apresentava características inovadoras para a época, com matérias em primeira pessoa, fotos que deixavam perceber a existência do fotógrafo e design gráfico pouco tradicional.
Destacou-se também por suas grandes reportagens, permitindo que o repórter 'vivesse' a matéria por um mês ou mais, até a publicação.
PRIMEIRA FASE DA REVISTA A primeira fase da revista, de 1966 a 1968, foi provavelmente a mais notável, quando os grandes temas do momento, muitas vezes polêmicos, eram abordados em matérias totalmente esmiuçadas, dentro de uma forma de escrita surgida nos Estados Unidos — o New Journalism, de Tom Wolfe, Gay Talese e outros — que combinava eficientemente clareza e objetividade em uma estrutura com foco narrativo, o jornalismo literário. Nesse novo estilo, os jornalistas tinham total liberdade para escrever os textos em primeira pessoa, inserir diálogos com travessões, fazer descrições minuciosas de lugares, feições e objetos. Além disso, era possível alternar o foco da narrativa de observador onipresente para testemunha ou participante dos acontecimentos.
Realidade era uma revista que trabalhava com a emoção: investia-se muito no jornalista para que ele conseguisse transmitir em suas reportagens uma ideia real do fato. Nessa primeira fase, a grande reportagem é a principal característica editorial do periódico.
Dezembro de 1968 traria o endurecimento do regime militar. Decretado o AI-5, estabelecia-se a censura prévia. A edição daquele mês marcava o fim do melhor período de Realidade, segundo os autores José Marão e Hamílton Ribeiro.
SEGUNDA FASE DA REVISTA
Em 1969, Realidade entra em sua segunda fase, que duraria até meados de 1973. Além das mudanças suscitadas pela instauração do AI-5, essa segunda fase resulta de dissidências internas na redação, muitas também decorrentes da censura.
O texto perde o tom de denúncia,