Retratos da desigualdade – números que revelam uma realidade que não queremos ver
Eis alguns dados importantes:
44,5% das mulheres negras nunca fizeram exame clínico de mama, contra 27,3% no caso de mulheres brancas;
A média de estudo entre brasileiros negros é de 5,8 anos, enquanto entre brancos é de 7,7 anos;
16% dos negros maiores de 15 anos são analfabetos, já entre os brancos a taxa de analfabetismo nesta faixa etária é de 7%;
O salário médio mensal das mulheres brancas é de R$561,70. O das negras é menos da metade, apenas R$290,50;
Entre os 10% mais pobres da população, 71% são negros;
Entre os 1% mais ricos da população, apenas 11,3% são negros;
Entre os brancos, 77% dos domicílios não têm computador, 82% não têm acesso à Internet e 44% a telefone celular. Entre os domicílios de famílias chefiadas por negros, estes números crescem para, respectivamente, 92%, 95% e 62%
19,5% da população branca situa-se abaixo da linha de pobreza (meio salário mínimo per capita); entre a população negra, este índice é de 41,70%
Lamentável, não é? Será que os dados falam por si só? Na verdade, não. Vamos ver o que está no silêncio por trás deles?
Um olhar mais profundo sobre a desigualdade racial
O preconceito racial tem uma extensão maior do que costumamos imaginar. Vai além das diferenças salariais e do nível de escolaridade entre brancos e negros. Por traz desta desigualdade há um conflito de culturas.
Historicamente, tendo sido este um país colonizado por europeus, que utilizaram os negros como mão-de-obra escrava, a cultura do homem branco foi sempre mais valorizada, em detrimento da cultura do homem negro. Enquanto uma sempre foi vista