Resumo
O capítulo começa com a afirmação de que “só no homem existe a semente da religião que consiste numa qualidade que lhe é peculiar, pelo menos num grau que não existe em qualquer outro ser vivente”. O autor aborda que é próprio da natureza humana perguntar as causas dos acontecimentos, pensar também nas causas que determinaram esse começo e que não há para os animais outra felicidade a não ser desfrutar dos alimentos, do repouso e dos prazeres cotidianos. “O reconhecimento de um Deus eterno, infinito e onipotente pode originar-se mais do desejo dos homens de conhecer as causas dos corpos naturais e de suas diversas virtudes e formas de operar que do temor do que poderia suceder no futuro”, e os homens através do conhecimento de que existe um Deus infinito, onipotente e eterno “preferem antes confessá-lo incompreensível e situado além de seu entendimento a definir sua natureza como espírito incorpóreo, e a partir disso, ter de admitir inteligível a definição que fazem dele”. Para Hobbes, a manifestação de veneração aos poderes invisíveis por meio dos homens constitui-se de sua reverência perante outros homens. As sementes religiosas cultivadas pelos homens podem ser de duas espécies: formada por aqueles que nutriram e ordenaram a matéria religiosa de acordo com sua própria invenção e outra feita sob o comando e direção de Deus. O primeiro grupo trata da política humana e o segundo da política divina.
13-DA CONDIÇÃO NATURAL DO GÊNERO HUMANO NO QUE CONCERNE A SUAFELICIDADE E A SUA DESGRAÇA
“A natureza humana criou os homens tão iguais nas faculdades do corpo e do espírito que; se um homem, às vezes, é visivelmente mais forte de corpo ou mais sagaz que outro, quando considerados em conjunto, diferença entre um homem e outro não é tão relevante”, o que resulta também a igualdade de esperança quanto ao nosso fim. “Existem na natureza humana três causas