RESUMO
FIGUEIREDO, L.C.M. e SANTI, P.L.R. -
O surgimento da Psicologia enquanto ciência, no século XIX, está ligado uma série de eventos sócio-culturais e aos conhecimentos da Filosofia que contribuíram significativamente para que tal conjunto de referências pudesse, por fim, enquadrar-se no “lócus" científico. Dentre os acontecimentos que suscitam a legitimação dessa ciência, a crise da experiência da subjetividade privatizada foi precondição favorável a esse cenário. Ainda, outros detrimentos sociais e tradições culturais traz o homem defronte à responsabilidade de suas próprias ações, fazendo com que o mesmo rompa seus referenciais – ideológicos e doutrinários – e revise as suas concepções acerca da condição de liberdade. A diversidade oferece a possibilidade. Possibilidade, muito acima de uma mera denotação semântica, é campo profícuo às variadas expressões, pensamentos, sentimentos e ações. Em meio a diversidade de pensamentos e particularidades dispostas no mundo, tal maneira traz a valoração de nossa privacidade emocional e posicionamentos dos mais íntimos desejos. Essas características permitem-nos o sentimento de singularidade. Esse senso unitário se atenua ao depararmo-nos à coletividade e aos sistemas de relações humanas. Num contexto histórico, esses blocos trouxeram a perda de velhas referências fixas, trazendo ao homem um estado de reclusão a si mesmo, a fim de encontrar respostas as nuanças de informações que o circundava. A cisão com os espaços externos abre espaços internos: a experiência da subjetividade privatizada, cuja qual pode ser caracterizada por sensações próprias, originais e incomunicáveis. Ainda que os fatos não tenham sido de forma linear no percurso histórico, a Modernidade elevou os aparentes privilégios pessoais a despertar a consciência de que a liberdade é meramente uma ilusão. Antes da Idade Moderna, o homem se sentia amparado por ditames superiores mas, ao mesmo tempo, coagido por