Resumo
De acordo com o texto campo científico é um lugar de luta concorrencial, sendo que o que se encontra em jogo é o monopólio da autoridade científica e o acúmulo de capital científico (p.122). As práticas científicas nunca podem ser entendidas como práticas desinteressadas, elas produzem e supõem uma forma determinada de interesse (p.123).
Dentro do campo científico – sendo este um campo de forças e de lutas – é a posição que seus agentes (indivíduos ou instituições) possuem que determina o que eles podem ou não podem fazer, o que vai ser publicado, o que interessa para a pesquisa científica e os temas a serem abordados. Segundo o texto é a estrutura das relações objetivas entres os agentes que determina o que eles podem ou não podem fazer. Isto significa dizer que somente compreendemos o discurso e as proposições de um agente quando conseguimos vislumbrar a posição que ele ocupa nesse campo, se compreendermos “de onde ele fala”. E esta estrutura é determinada pela distribuição do capital científico. Ou seja, os agentes caracterizados pelo volume de seu capital determinam a estrutura do campo (p.127-133).
Ou seja, os agentes fazem os fatos científicos e até mesmo o próprio campo científico a partir de sua posição neste campo, posição esta que determina suas possibilidades e suas impossibilidades. Assim, as possibilidades que um agente específico tem de submeter às forças do campo às suas vontades são proporcionais à quantidade de capital científico que ele detém, ou à sua posição na estrutura de distribuição do capital. O que define a estrutura de um campo num determinado momento é, portanto, a estrutura da distribuição do capital científico entre os diferentes agentes engajados nesse campo, ou seja, pelas relações de força entre os protagonistas em luta (p.134).
O capital abordado no texto é o capital simbólico, aquele que se constitui através de uma relação social de conhecimento e