resumo

SAÚDE COMO UMA CONQUISTA POLÍTICA NO BRASIL
O presente trabalho tem como objetivo ser uma articulação crítica entre o documentário “Políticas de Saúde no Brasil” e os textos concernentes a disciplina de Psicologia e Saude Coletiva 1, que traçam a trajetória histórica de como o Sistema Único de Saúde foi implantado no Brasil e mostram quais as concepções de saúde que perpassaram os diferentes momentos da história brasileira. Além disso, objetiva-se apontar como a Saúde Coletiva se localiza enquanto disciplina teórica e prática e como ela vem promovendo rupturas nas concepções anteriormente hegemônicas que estavam articuladas ao paradigma da Saúde Pública.
O documentário inicia mostrando o início do século XX, momento perpassado por bastante otimismo quanto aos possíveis avanços, mas que logo surgem epidemias que aos poucos vão frustrando essas expectativas e vão demonstrando o quão difícil estava à situação da saúde brasileira naquele momento (FEBRE AMARELA, varíola, cólera, tuberculose). É interessante observar as medidas que foram tomadas durante esses momentos e o quanto elas foram pautadas, na verdade, em situações políticas e econômicas, muito mais do que em uma preocupação legítima com o bem-estar da população. Outro fator importante de ser observado é que as condições coletivas passam a ser consideradas como determinantes para as condições de saúde dos sujeitos, que se tornam objetos de intervenção do Estado por meio da prática médica que atuava regulando os modos de vida segundo os seus preceitos.
Nesse período inicial do século XX, o acesso à saúde era restrito ao plano privado, ou seja, a aqueles que possuíam renda suficiente para arcar com esses custos. A saúde então era um benefício para poucos. A classe trabalhadora se encontrava a mercê da caridade e das benzedeiras, como o documentário mostra claramente. No entanto, diante dos efeitos que as epidemias trouxeram para o campo econômico, foi-se aos poucos utilizando recursos para sanear as cidades