resumo
Colonialismos e pós-colonialismos são todos diferentes, mesmo quando referidos exclusivamente à situação lusófona própria a questão é começar por descolonizar o pensamento. Em nosso entender, esta é uma das tarefas candentes no processo de re-imaginação da Lusofonia, que passa, atualmente, pela procura de um pensamento estratégico que inclua uma reflexão colonialista/pós-colonialista/descolonialista. Assim, nesta proposta, propedêutica e maiêutica da própria Lusofonia, pretendemos implicar colonialismo, pós-colonialismo e descolonização numa política de identidade lusófona (que se constitui em primeiro lugar como um conjunto de narrativas) a delinear e implementar, numa situação de permanente negociação do sentido, e da história, reconhecendo a sua natureza estruturalmente ambígua. Na verdade, não podemos ignorar que pensar o pós-colonial ismo hoje terá de passar pela crítica já realizada aos lugares da modernidade, não podendo deixar de se fazer a partir da pós-modernidade e do pós-estruturalismo. Trabalhar a ideia de que colonialismos e pós-colonialismos marcam as culturas e as histórias de colonizadores e colonizados, misturando, de diferentes formas, os seus ‘destinos’. Não há colonialismos nem pós-colonialismos iguais. Cada qual tem de reconstruir, conhecer, simbolizar e integrar a sua própria história e definir sentidos possíveis de futuro. Também não há como não o fazer, pois o ‘destino’ que em comum nos coube, para o melhor e o pior, é um dado com o qual podemos e devemos pensar o futuro. O Colonialismo traz a marca dos interesses de quem exerce e pode exercer o poder. Re-imaginar a Lusofonia impele-nos a trabalhar no sentido de descolonizar as relações ente países, entre comunidades recetoras e emigrantes, entre o norte e o sul, entre o mundo anglófono e o outro, entre o saber erudito e o saber comum, o saber sobre o homem e o conhecimento técnico.
REFERENCIAS