resumo
A visão do desenvovimento sutentável é suficientemente ampla para adocicar tanto o discurso das lideranças políticas como para aplacar a ira dos ambientalistas mais radicais, que advogam para si essa terminologia que teria sido distorcida na sua concepção original. Ao mesmo tempo, a última reunião da Cúpula da Terra (como também ficou conhecida a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento), quando o termo desenvolvimento sustentável foi definitivamente aceito, torna claros os descompassos da nova desordem global: o mundo se divide em Norte e Sul com desigualdades — sociais, econômicas, de estoques de recursos naturais etc.
Dessa forma, observamos que o termo foi adotado pela maioria das nações como uma espécie de panacéia, ou seja, como uma fórmula capaz de aliar a idéia de desenvolvimento econômico mundial ad aeternum à superação dos efeitos nefastos desse mesmo desenvolvimento. Há mesmo uma vertente, comumente aceita, de que um dos principais entraves ao desenvolvimento sustentável seriam a pobreza e a miséria dos países em desenvolvimento — aqueles ditos do capitalismo tardio —, que poderiam ser resolvidos tão logo esses mesmos países superassem o estágio emergente e alcançassem as benesses do grau de produção e consumo das sociedades mais avançadas.
No relatório Brundtland (1988, p.9), porém, o termo desenvolvimento sustentável é definido como “um processo de mudança no qual a exploração dos recursos, a orientação dos investimentos, os rumos do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional estão de acordo com as necessidades atuais e futuras”, reafirmando que o desenvolvimento deve ser assegurado e estendido a todos os povos, principalmente aos mais pobres, porém, de uma forma compatível com a preservação do meio ambiente. Não faltam, no entanto, críticos dessa visão, considerando que o termo não