Resumo

Resumo: Entrevista a Michael Porter para revista Exame. O Brasil pode ficar para trás.
Para Michael Porter, maior especialista mundial em competitividade, o Brasil e suas empresas só serão realmente fortes quando o governo deixar de representar um papel desastroso para a economia. Na entrevista concedida para revista Exame, Michael Porter aponta que é o melhor momento da história para as economias emergentes, no entanto, este crescimento pode mascarar algumas fragilidades que podem implicar no crescimento desses países nos próximos anos. Os países emergentes cresceram rapidamente utilizando os seus recursos naturais, tornando-os países prósperos, porém, nem sempre esta prosperidade está atrelada ao ganho de produtividade e se têm agora uma grande oportunidade de crescimento para estes países uma vez que é mais fácil melhorar quando você é fraco, copiando os líderes. Alguns países emergentes adotaram como estratégia de crescimento a melhoria de alguns fundamentos básicos, como: educação, saúde, infra-estrutura, também abriram seus mercados para investidores estrangeiros e criaram regras mais estáveis. A China adotou uma estratégia abusando dos baixos salários e com intervenções do governo, mas este cenário fará com que a economia chinesa não se torne vibrante no futuro, pois, a sua estratégia não coincide com o interesse da população e sem a proteção intelectual, por exemplo, não existe inovação, e isso vai ser um problema. Em países como o Brasil, o papel do governo é um desastre. O governo se torna muito burocrático, devido ao valor alto de seus impostos e pela sua alta complexidade. O Brasil possui diversos recursos, gente inovadora, mas, o peso do setor público acaba atrasando o crescimento do país. O governo conquistou estabilidade macroeconômica, mas em termos microeconômicos não avançou muita coisa. O Brasil não será um problema para os próximos dois ou três anos, porém, caso não se transforme num período de 20 anos, será um problema daqui a uns 10 ou 15