Resumo
Com esta monografia pretende-se contribuir para compreender a situação de violência que boa parte dos idosos brasileiros vivencia. Esta contribuição se encaminha em dois sentidos: apresentar uma análise exploratória sobre os dados de morbidade e de mortalidade por violência desse grupo populacional e discutir a dimensão do problema por meio de uma revisão da bibliografia internacional e nacional, enfatizando, a partir de uma visão mais ampliada, as principais questões universais e específicas que esse grupo populacional vive. Tendo em vista as diferentes delimitações encontradas sobre o assunto, neste texto considera-se como idosa a população de 60 anos em diante, ponto de corte mais comumente adotado internacionalmente, sobretudo, nos estudos epidemiológicos. Nosso campo de pesquisa foi a instituição Casa do Idoso, hoje chamada de Centro de Atenção a Melhor Idade na cidade de Tauá no Ceará que atende uma clientela estimada em 123 idosos dos quais 15 foi pesquisada. Estatísticas descritivas, análises de conteúdo e categorização das respostas abertas e anotações permitiram conhecer as pessoas participantes do estudo em seus aspectos físicos, psicológicos e sociais. Os dados levantados permitiram identificar a percepção pelos idosos de maus-tratos como agressões verbais, insultos, negligências, abusos financeiros e com menor incidência, agressões físicas praticadas contra eles. Um dos fatores que pareceu contribuir para a violência contra as pessoas idosas é a crença ainda vigente, em nível macrossistêmico, de que os idosos não têm mais utilidade nem papéis a cumprir, desconsiderando-se sua experiência e negando a possibilidade de uma vivência digna e cidadã. Essa visão distorcida e marginalizante sobre as pessoas idosas refletiu-se nos outros sistemas, dificultando o processo de interação positiva com o ambiente, tão necessário para a vivência com qualidade e, conseqüentemente, para um envelhecimento bem-sucedido. Criado com o objetivo de garantir dignidade