Resumo - o welfare state e a transformação do liberalismo
MORAIS, José Luiz Bolzan de.; STRECK, Lênio Luiz. Ciência política e teoria do Estado. 5. Ed. São Paulo: Livraria do Advogado, 2006. A idéia de intervenção não é uma novidade do século XX. Porém, as formas de intervencionismo se modificam com o passar do tempo. O Estado negativo – com um intervencionismo zero – nunca foi experimentado. Afinal, desde a criação do Estado, a atividade estatal esteve sempre presente, tendo como conseqüência algum grau de intervencionismo sempre experimentado. Não havendo intervenção de nenhuma maneira, estaríamos diante da própria abolição do Estado. O Estado tem como característica a ordem jurídica, implicando em intervenção, mesmo que de diversas maneiras. O próprio Estado Liberal requer pressupostos igualitários concretizadas em sede legislativa, com isso percebe-se que o grau zero de intervenção é ideal nunca alcançado. Para compreender a mutação nos papéis do Estado é necessário levantar alguns aspectos próprios da adoção do ideário liberal. O projeto liberal teve como conseqüências: o progresso econômico; a valorização do individuo, como centro e ator fundamental do jogo político e econômico; técnicas de poder como poder legal, baseado no direito estatal. Entretanto, toda essa idéia liberal, acabou gerando uma postura ultra-individualista, assentada em um comportamento egoísta; uma concepção individualista e formal da liberdade onde há o direito, e não o poder de ser livre. Todas essas conseqüências trouxeram reflexos que se expressaram nos movimentos socialistas e em uma mudança de atitude por parte do poder público. Para Dallari, há um duplo aspecto nesse processo de transformação do Estado Liberal. O primeiro seria a melhoria das condições sociais; e o segundo seria a garantia regulatória para o próprio mercado. A Independência dos países afro-asiáticos, despertando a consciência do subdesenvolvimento e o recrudescimento do nacionalismo,