Resumo: O ethos da propriedade da terra no Brasil - Regina Bruno
O ETHOS DA PROPRIEDADE DA TERRA NO BRASIL
Regina Bruno (em Um Brasil Ambivalente)
a questão agrária tem o tempo de nossa história e o tamanho do Br.
O que se viu em diferentes períodos da história foi a renovação do poder e a reafirmação da concentração fundiária – realimentação de privilégios de classe e redefinição de poderes econômicos, políticos, sociais e simbólicos.
Lutas da Ligas Camponesas nas décadas de 50 e 60 – por uma reforma agrária “na lei ou na marra” - impuseram limites à “Lei da Chibata” mas, mais importante, conseguiram transformar as designações camponês e latifúndio em identidades políticas.
No decorrer da década de 60 – trabalho de convencimento dos latifundiários para que promovessem a modernização gradual de suas propriedades, via implementação da grande empresa rural que, contraditoriamente, convivia com o discurso de democratizar a propriedade.
Força persuasiva do poder simbólico dos grandes proprietários de terras e empresários agroindustriais no Br. P. ex.: é possível a convivência da reforma agrária com a permanência do monopólio e da concentração fundiárias – é um poder reconhecido porque não percebido (Bourdieu).
Preocupação com o ideário comunista. “Façamos a reforma agrária antes que Cuba a faça” (Lynn Smidt – da APP – Aliança para o progresso) - “Reforma agrária sim, Comunismo não” (Castelo Branco)
APP – conseguiu conter a tensões e limitar a influência de Cuba mas foi derrotada na ideia “reformista” de fortalecer o mercado interno e criar uma classe média rural que pudesse neutralizar os conflitos sociais – subestimou o poder, a força política e a presença dos latifundiários nas instâncias públicas e estatais.
O primeiro governo militar foi derrotado em seu suposto projeto de reforma agrária por acreditar que somente a lógica do convencimento seria suficiente para neutralizar os latifundiários. Mas legou o Estatuto da Terra com alguns avanços como, por exemplo, o instituto da desapropriação.
Mesmo que