Resumo Um novo Olhar da Cena de Fatima Saad
Logo no começo de seu discurso, ao citar Cid, de Corneille e Hernani, de Victor Hugo, como exemplos do impacto político, cultural e social que essas peças provocaram no contexto de seus tempos, ela demonstra a impossibilidade de algo remotamente parecido no cenário contemporâneo pelas diversas nuances que a cena arrisca assumir nos dias atuais.
São apresentadas ao leitor, por exemplo, características que eram consideradas imperdoáveis aos classicistas, no que dizia respeito aos adeptos “shakespearianos”. Entre elas, a irreverencia e liberdade assumida pelas peças.
O texto passeia também pela busca da estética teatral, cuja existência se apoiou na emancipação de imposições religiosas e da poética de cunho literário. Para isso, volta seu olhar para o Renascimento, momento de retomada dos valores culturais da Antiguidade e fim da Idade Média, e época na qual o teatro era considerado um dos principais valores da sociedade. Época também em que a Poética de Aristóteles, e os dez livros de Sobre arquitetura, de Vitrúvio, foram descobertas importantes para a construção de tal estética.
É apresentado um exemplo do resultado disso que a autora chama de “jogo entre arqueologia, erudição e imaginação”, o Teatro Olimpico de Vicenza. Que se constitui a partir de características do passado e da estática renascentista. Esse exemplo abre as portas para o termo “perspectiva”, que passa a assumir grande destaque no texto.
Fica claro que a perspectiva já se fazia presente na história teatral, desde a Antiguidade. Mas, também, que o destaque para a ilusão de real provocada por ela, deu-se com o