Resumo tuberculostatico
Historicamente, a tuberculose (TB) faz parte do grupo de doenças negligenciadas; doenças negligenciadas são aquelas que afetam milhares de pessoas ao redor do mundo, mas que não dispõem de tratamentos eficazes, atingindo principalmente as populações mais pobres. Como essas pessoas não possuem recursos financeiros, não existe interesse das indústrias farmacêuticas no desenvolvimento de novos fármacos.
O Mycobacterim tuberculosis (M.tb), microorganismo álcool-ácido resistente, é o causador da doença, cujos sintomas típicos são fraqueza, febre, perda de peso, insuficiência respiratória, suor noturno, dor no peito e tosse.
O tratamento dos indivíduos infectados é realizado com os fármacos de primeira linha que incluem a isoniazida, a rifampicina, a pirazinamida e o etambutol ou streptomicina.
O presente trabalho tem por objetivo propor modificações moleculares na estrutura da pirazinamida.
A pirazinamida (PZA) é um importante fármaco de primeira linha utilizado no tratamento da TB. No entanto, devido ao desenvolvimento de cepas resistentes, a utilização desse fármaco tem sido comprometida. O objetivo da modificação na pirazinamida é obter fármacos mais potentes, com menores efeitos colaterais, redução do tempo de tratamento e que possam combater as bactérias resistentes.
A PZA é uma amida primária derivada do ácido pirazinóico (HPOA) e sua síntese é baseada na esterificação do HPOA, com HCL em metanol, o que leva a obtenção do pirazinoato de metila (2), em seguida uma reação de substituição por adição de NH3 a carbonila seguida de eliminação produz a PZA (Esquema 1).
Esquema 1:síntese patenteada em 1936.
Atualmente a proposta mais aceita de mecanismo de ação da PZA é aquela em que ela é considerada um pró-fármaco, visto que a PZA converte-se em POA pela enzima bacteriana pirazinamidase (PZAse), em seguida o POA é excretado pelo bacilo, e em pH acido é convertido no acido conjugado (HPOA), que no citoplasma