Resumo sobre Ricardo Reis
Naquela época existia um homem, homem esse que vivia da escrita e era com ela que se expressava, fazia versos como ninguém, como nunca ninguém tinha feito anteriormente. Esse homem era Fernando Pessoa, mas para além disso intitulou-se de um tal de super-Camões, queria ser superior a Camões, efetivamente era um homem conhecido na zona, passeava nas ruas de gabardina clara, gravata de lacinho e chapéu sem plumas, no entanto nunca afirmou ser esse super-Camões, na verdade nunca ?se tinha/tinha sido? vislumbrado um fenómeno assim.
A sua vida era feita de dias, como qualquer vida, porém esses dias nunca se repetiam. Olhou-se ao espelho e encontrou um homem diferente e perguntou-se o porquê disso lhe ter acontecido, vindo mesmo a assustar-se e a julgar que seria devido à bebida, era dito que os espelhos nunca se enganavam no que mostravam, mas não, o espelho estava enganado, encontrava-se um homem a olhar por dentro do espelho, aquele que estava no espelho era um homem diferente, mais pequeno e com cara morena, Fernando Pessoa quis-se certificar que era mesmo ele, tocou no seu bigode característico e caiu em si, todavia deixou-se levar por aquela ilusão e afirmou: “Chamo-me Ricardo Reis”. Para além de Ricardo Reis, descobriu também Alberto Caeiro e Álvaro de Campos, assim que chegou a este último parecia ter-se cansado e foi descansar, porém levantou-se a meio da noite a pensar se Álvaro de Campos ainda estaria no espelho, mas não estava, naquele momento estava sim Bernardo Soares, outro dos muitos heterónimos de Fernando Pessoa.
Depois de muitos trabalhos de tradução e poesia, mas apenas com uma obra publicada, morreu. Todos os seus amigos o consideravam um fenómeno da literatura. As suas últimas palavras foram: “Dá-me os óculos”, nunca ninguém se interessou por saber porque quereria ele os óculos naquela altura, mas certamente quereria os óculos para poder descobrir realmente quem era, pouco embora sem efeito pois nem espelho existia no quarto, assim