Resumo sobre realismo
Na literatura, o Realismo é a preferência pelos fatos e pela descrição da sociedade tal como ela realmente é que caracterizou a segunda metade do século XIX, se afastando totalmente do idealismo romântico. Ele segue duas tendências: o romance realista, que se caracteriza por uma análise psicológica e crítica da sociedade a partir do comportamento dos personagens; e o romance naturalista, que é marcado por uma vigorosa análise social a partir de grupos humanos marginalizados, em que o coletivo é valorizado e o homem também é considerado um animal, que se deixa levar por seus instintos, devido às descobertas de Darwin. As profundas transformações vividas pela sociedade europeia, como a segunda fase de Revolução Industrial, o fracasso dos ideais da Revolução Francesa, o desenvolvimento do pensamento científico e das doutrinas filosóficas e sociais fazem com que não haja mais espaço para o exagero das idealizações românticas provindo do Romantismo. Em Portugal, já nos últimos anos da década de 60, há muita agitação política, social e cultural, que reflete o crescente sentimento anticlerical e antimonárquico que tomava conta dos grandes centros portugueses, principalmente dos meios acadêmicos de Coimbra. E é nesse contexto que se desenvolve a Questão Coimbrã (1865), marcando o início do Realismo em Portugal, quando os jovens estudantes de Coimbra, seguidores das novas ideias vindas da França, Alemanha, Inglaterra, se confrontam com os velhos românticos de Lisboa. O principal escritor realista português foi Eça de Queirós (1845-1900), que tem sua produção literária dividida em duas fases: a realista e a pós-realista, se destacando O crime do padre Amaro, O primo Basílio e Os Maias na primeira fase e A ilustre casa de Ramires e A cidade e as serras na segunda. Apesar das grandes diferenças materiais, pois enquanto a Europa vivia o capitalismo industrial, o Brasil se organizava em torno da produção agrícola, este segundo