Resumo- Neuropolítica
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE CIÊNCIA POLÍTICA COM ÊNFASE EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS
MÉTODOS QUALITATIVOS
CAROLINA MARTINELLI
NEUROPOLÍTICA – RESENHA
RECIFE
2014
LAVAREDA, Antonio. Neuropolítica: o papel das emoções e do inconsciente. Dossiê Marketing Político, n. 90, p. 120-146, jun./ago. 2011. Neste artigo, Lavareda, primeiramente, tem a preocupação de não apenas definir o conceito de emoções atualmente empregado, mas também ilustrar resumidamente como se deu o desenvolvimento da abordagem das emoções e do inconsciente através dos séculos. Segundo o autor, a ideia predominante no pensamento ocidental, desde os filósofos clássicos até os iluministas franceses, afirmava haver um conflito entre razão e emoção. Para Platão, por exemplo, os impulsos emotivos eram tidos como uma potencial ameaça à qualidade das decisões políticas. Contudo, a evolução da psicologia política e, principalmente, da neurociência (a qual passou a progredir significativamente a partir do final da década de 90 do século XX) desmentiram esse suposto conflito. Hoje, as emoções são consideradas reações (subjetivas e neurofisiológicas) complexas, imediatas diante de estímulos diversos, em um processo extremamente rápido que não requer esforço consciente. Ademais, de acordo com o neurocientista Joseph LeDoux “emoção e cognição são mais bem compreendidas como funções mentais interativas mas distintas, mediadas por sistemas cerebrais interativos mas distintos” (p.125). Outro renomado neurocientista, Antonio Damásio, reforça essa concepção de que emoção e razão interagem entre si, ao atestar que “com menor ou maior consciência, emoções e sentimentos tem capacidade discriminatória, desse modo, capacidade de interferir nas nossas escolhas” (p.128) e que as emoções auxiliam o raciocínio, conferindo-lhe mais rapidez e eficiência. Dessa maneira, a forma de explicar o comportamento político dos cidadãos