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Processo de Conquista da Independência do Brasil
● A independência brasileira teve causas estruturais de longo prazo cujas raízes estão no século XVIII, o século do Iluminismo; foi também resultado no médio prazo de mudanças fundamentais, como a abertura dos portos, provocadas por um contexto geopolítico na Europa que fez a Corte se deslocar para sua colônia e tomar medidas que mudaram o Brasil de forma irreversível; e, por fim, foi causada no curto prazo pela intransigência das Cortes de Lisboa com relação ao Brasil.
As causas estruturais, situadas na longa duração, estão relacionadas à crise do Antigo Sistema colonial – resultante do desenvolvimento do capital industrial, da expansão dos mercados, das demandas livre-cambistas, da difusão das idéias iluministas e liberais, da desagregação do Estado absolutista, da Independência das Treze Colônias norte-americanas e da Revolução francesa (Basile, 1990). O século XVIII havia de fato vivido, em grande parte, na pregação da liberdade. Decerto o colonialismo estava esgotado e se clamava por sua superação. O clima na virada do século XVIII para o século XIX nas Américas é de contestação de qualquer domínio ou autoritarismo e ao mesmo tempo de assimilação do pensamento liberal do Iluminismo, que pretende romper as estruturas tradicionais européias. Impõe-se, aos poucos, após luta, até armada nos casos dos países americanos em formação, a substituição da velha ordem por outra ordem.
Assim, a separação do Brasil de Portugal, tal como das colônias norte-americana da Inglaterra e hispano-americanas da Espanha, pode ser explicada, até certo ponto, em termos de uma crise geral – econômica, política e ideológica – do velho sistema colonial em todo o mundo atlântico no final do século XVIII e início do século XIX. Não resta dúvida de que o meio século anterior à independência foi testemunha do desenvolvimento da auto-consciência das colônias e do surgimento de uma reivindicação por auto-determinação política e econômica