Resumo Helena M
O romance, situado entre os anos de 1850 e 1851, inicia-se com a morte do Conselheiro Vale, homem rico e socialmente prestigiado que residia com seu filho Estácio e com sua irmã D. Úrsula em uma chácara em Andaraí, no Rio de Janeiro. Em seu testamento, o Conselheiro reconhece Helena, jovem de 17 anos, como sua filha natural, e garante-lhe os mesmos direitos sucessórios havidos por Estácio, obrigando ainda a sua família a aceitar a moça em sua casa e tratá-la como membro familiar.
O surgimento de Helena surpreende a todos, com a exceção do Dr. Camargo, amigo e confidente do Conselheiro que sabia previamente da existência de sua filha. E, desde logo, não vê de bom grado as disposições testamentárias do Conselheiro, na medida em que, desejando que Estácio se case com sua filha Eugênia, o reconhecimento de Helena acabaria por reduzir a fortuna herdada pelo pretendente de sua filha.
Cumprindo a vontade do falecido, Estácio e D. Úrsula trazem Helena para seu convívio familiar. Enquanto D. Úrsula inicialmente trata a sobrinha com certa reserva – sentimento esse que aos poucos vai se dissipando em razão da dedicação e das demais qualidades da moça – Estácio, desde logo, a trata afetuosamente e se esforça por integrá-la a sua nova vida, introduzindo-a em seu seio familiar. No primeiro passeio por Andaraí realizado pelos irmãos, Helena chama a atenção de Estácio para uma velha casa, com uma bandeira azul hasteada, que existia na beira da estrada pela qual passavam. A existência dessa casa, que a princípio parece um mero detalhe descritivo, assumirá posteriormente um papel relevante na narrativa, ilustrando assim, processos técnicos expostos pelo autor que impelem o leitor à constante necessidade de voltar os olhos param os detalhes passados da trama.
Com o crescimento da intimidade entre os protagonistas, Estácio começa, de forma inconsciente, a protelar o pedido de casamento à filha do Dr. Camargo. Incomodado