Resumo - Golpe de Estado no Brasil em 1964
Como era esperado, logo após a renúncia de Jânio, a oposição aproveitou a ausência de João Goulart para tentar formas de evitar sua subida ao poder. Os ministros ligados ao exército e a direita, alegaram a impossibilidade da posse de Jango, por esta apresentar riscos à segurança nacional, uma vez que era “simpatizante do socialismo”. Assim, enquanto Jango não regressava de sua viagem à China, propuseram que o deputado Mazzilli assumisse, até que uma nova eleição fosse articulada. O pedido foi rejeitado e a sociedade ficou dividida.
De um lado estavam aqueles que apoiavam o afastamento de Jango, e de outro aqueles que aderiram ao movimento chamado “Legalidade”, organizado por Leonel Brizola, e que se apoiava no sistema legal para justificar a legitimidade de Goulart. O próprio exército estava repartido; enquanto General Lott apoiava publicamente a subida de vice ao poder, General Olímpio Mourão era profundamente contra. O período foi de extrema tensão política, estando o país a beira de uma guerra civil.
A única solução encontrada e verdadeiramente capaz de evitar um conflito nacional, fora a adoção do parlamentarismo. Em 61 foi aprovada uma emenda constitucional que implementou uma República parlamentarista no poder, com Jango como mero chefe de governo, enquanto as decisões políticas caberiam ao primeiro-ministro.
O modelo duraria apenas 1 ano e 4 meses, provando-se insuficiente para resolver os problemas da nação. Os projetos propostos pelo Parlamento eram constantemente vetados pelo presidente e vice-versa, o que dificultava a administração do país. Como a emenda previa que ao fim do mandado do petebista, a população deveria votar e optar ou não pelo sistema recém-adotado, os aliados de Goulart se anteciparam, e aproveitando-se do caos político, fizeram intensa campanha pela volta antecipada do presidencialismo. O projeto foi maciçamente vencedor nas eleições populares, e Jango tornava-se chefe de Governo e de Estado.
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