resumo genese da ideia de brasil
A descoberta do Brasil, com a projeção da nova entidade na Europa quinhentista, cedo concede ao homem europeu resposta para o mítico sonho de um “mundo novo” e para as correspondentes derivações do grande mito central de uma cultura ansiosa de renovação.
Caminha é já aquele homem europeu que no seu mais profundo íntimo opõe o cá ao lá, o aqui ao ali. O difícil navegar solitário do primeiro cronista do Brasil é o desejo de alargar o limitado aqui pelo novo, vasto e ilimitado lá. E quando encontra a nova ter, no mágico dia 22 abril de 1500, Caminha encontra igualmente um novo mundo. Diante dessa revelação, ele tenta a difícil composição de tempos diversos. Deve agora superar os limites convencionais da mundividência natal, para a conveniente tradução do mundo novo finalmente descoberto. A mesma capacidade de maravilhar-se, de movimentar-se de dentro para fora, ele a tem em relação à nova gente: “Andariam na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a pouco começaram a vir mais. E parece-me que viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns deles traziam arcos e flechas, que todos trocaram por carapuças ou por qualquer coisa que lhes davam. Comiam conosco de tudo que lhes oferecíamos. Alguns deles bebiam vinho; outros não podiam suportar. Mas quer-me parecer que, se os acostumarem, o hão de beber de boa vontade. Andavam Andavam todos tão bem dispostos, tão bem feitos e galantes com suas tinturas que muito agradavam.”
Caminha prenunciava, de certa maneira, com as suas propostas, a atividade de catequese dos índios pelos jesuítas, a partir de 1549, que marcou um determinado tipo de estruturação cultural para o fundo Brasil. A mitologia cultural ligada ao Brasil encontra em Américo Vespúcio a primeira voz que transmite ao mundo conhecido a mensagem do encontro do “novo mundo” a partir do contato com as terras brasileiras. Depois de sua viagem como cartógrafo e geógrafo, membro de primeira