Resumo Filme Querô
Num domingo ensolarado em plena hora do almoço com o centro da cidade bem movimentado – exatamente perto do Largo do Arouche – um garoto de rua aos prantos, berrava que queria suas borrachas de volta. Alegava que os “homens do posto” haviam tomado dele. Uma mulher chorava vendo a cena e talvez pela incapacidade de poder fazer algo. Quando a policia chegou, o menino só ficou mais assustado e os guardas mantiveram o local em ordem, afastando o menino do posto, com uma arma em punho.
Eu, um comum cidadão da metrópole, anestesiado por tanta descrepância em relação ao(s) ser (es) humano(s), passei reto.
Dei as costas á um indivíduo retratado na contundente dramaturgia de Plínio Marcos. Questionado sobre a importância de sua obra, o dramaturgo havia afirmado que enquanto a situação não mudasse, seus textos seriam importantes, mas isso nem era culpa dele e sim do sistema que não muda.
Querô, o filme de Carlos Cortez, trás a tona os garotos que permanecem a solta nas ruas. Desprovidos de oportunidades, filhos de uma miséria asfixiante, e sem rumo numa metrópole massacrante.
Jerônimo (Maxwell Nascimento) é órfão, morador da baixada santista, criado pela cafetina de sua mãe. Rebelde, sem amigos e a mercê das tentações mundanas, Querô – como é conhecido – acaba indo parar na prisão. Eis o celeuma de todo o problema da vida do protagonista. No meio de outros desvalidos da sociedade, Querô é estuprado e obrigado a conviver com uma sociedade que não aceita outra moeda de troca senão a própria vida. Ou você joga o mesmo jogo, ou está fora. Querô alterna estas duas possibilidades, porém seu caminho é torto e inevitável.
“Por que mãe, porque tu me pôs no mundo? Vivo de favor, durmo de favor, como de esmola. Isso presta mãe? Isso acaba com a gente. Deixa a gente