Resumo: Expressionismo alemão no cinema
Introdução
República de Weimar, 1920. Dois anos depois de perder a Primeira
Guerra Mundial, que receberia, por suas dimensões catastróficas, o título de "a guerra para acabar com todas as guerras", o povo alemão horrorizava novamente o mundo, desta vez com um filme. Era O gabinete do dr. Caligari (Robert Wiene, 1920), que, com seu enredo de pesadelo e com os cenários mais bizarros criados até então, tornou-se imediatamente um clássico, recolocou o país no circuito cultural internacional e provocou discussões a respeito das possibilidades artísticas e expressivas do cinema.
Relacionando-se com um dos movimentos de arte mais importantes da época - o
Expressionismo -, o filme indicou novas relações entre filme e artes gráficas, ator e representação, imagem e narrativa (Robinson 2000, p. 7). Seu conceito revolucionário surpreendeu e atraiu o público intelectual que até então raramente havia dado atenção ao cinema, e a curiosidade gerada em torno dele ajudou a reabrir o mercado externo cinematográfico que estava fechado para a Alemanha desde o começo da guerra.
O impacto de Caligari e de outros filmes igualmente sombrios e enigmáticos provindos de
Weimar nos anos seguintes levou à constituição de uma escola cinematográfica que ficaria conhecida como "expressionista" - vista por muitos teóricos como um mito. Neste trabalho dedicado ao tema, procuraremos identificar as suas principais características e também discutir o alcance e a propriedade de sua definição.
Expressionismo
O uso do adjetivo expressionistaO que foi o expressionismo?
O uso do adjetivo "expressionista" foi usado para um grupo de filmes realizados na Alemanha nos anos 1920 e deriva de uma vertente da arte moderna que foi muito popular nesse país após a Primeira Guerra: o Expressionismo. De forma mais ampla, o termo pode ser atribuído a uma variedade muito grande de trabalhos artísticos, onde há um princípio de alinhamento da criatividade com os impulsos emocionais e