Resumo em nome da saúde e do corpo social
Em meados do Século XIX, a classe no poder sabia que a força física da classe operária era essencial para o crescimento do capital e manutenção da ordem Burguesa. Para isso era necessário um adestramento de corpos, fazer a regeneração dos mesmos, devolvendo-lhe a saúde física. Neste momento viu-se a necessidade de construir instituições sociais para fazer tal adestramento.
No âmbito da Instituição Escolar analisa-se que o exercício físico foi construído a partir de conceitos médicos, veiculando a ideia de saúde (corpo biológico), corpo a-histórico (não determinado pelo espaço e condições sociais), enfim, um corpo de um “bom animal”.
A Escola Primária – que prega regra de uma vida saudável através da boa higiene – foi colocada como um dos mecanismos de controle dos pensamentos e do corpo social.
O fenômeno educacional e a escola adquirem diferentes contornos devido aos interesses da classe no poder. E o Liberalismo como ideologia dá sustentação a essa classe.
Para o pensamento liberal clássico se os homens não são iguais em seus talentos, logo não serão iguais nas suas riquezas, já que a riqueza nada mais é do que a recompensa pelo talento. Sendo assim, sua posição na sociedade será determinada pela condição individual/natural.
A Educação Escolar com o homem abstrato, desenvolvendo suas aptidões, talentos e vocações para o estruturar na sociedade, dessa forma, a educação escolar contribuirá para a justiça social – com base no mérito individual - e levará a sociedade a ser hierarquizada. É através da ideologia das aptidões naturais que vamos encontrar a preocupação com a Educação Física.
Os pensadores da época que formularam as bases da educação liberal se expressam de diversas formas, suas ideias serviram como bases filosóficas e pedagógicas. Foram eles:
John Locke – interpretou a ideias pedagógicas da burguesia na Inglaterra – reconhecia a igualdade de direitos entre os homens, independente de sua classe