Resumo do texto "A questão da língua: Revistiando Alencar, Machado de Assis e Cercanias" De Carlos Alberto Faraco
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No texto “A questão da Língua: Revisitando Alencar, Machado de Assis e Cercanias”, de Carlos Alberto Faraco, o autor analisa e discute o processo de transformação da língua portuguesa no Brasil pós declaração de independência de Portugal. Faraco aponta que, a partir da segunda metade do XIX, intensifica-se a discussão acerca das transformações da norma culta e de sua regulação formal.Assim como todos os idiomas que se tem registro, o português passou, e ainda passa, por uma série de transformações em sua forma falada. A independência de Portugal abriu portas para a formatação de uma norma culta brasileira. Dois grupos surgiram em torno desse debate: Os defensores do “purismo” da língua e suas origens lusas, e os defensores de um processo de “abrasileiramento”, termo utilizado pelo autor, da norma padrão.
Ambas as correntes de pensamento, porém, tem origem na elite brasileira do século XIX. Os mais conservadores, ou puristas, defendiam arduamente a manutenção e engessamento da língua, em acordo com o projeto de europeização do país. Existem claros sinais da manutenção deste modelo gramatico, definido por Faraco como “anacrônico, artificial e arbitrário”. O discurso do certo ou errado, fundado nesse período, ainda vive no imaginário coletivo brasileiro, como aponta o autor “...e ainda hoje acriticamente repetida por boa parte da população escolarizada, de que nós, brasileiros, não sabemos português, cabendo ao "pai gramatical" a tarefa de denunciar impiedosamente os nossos ‘erros’ e corrigi-los...”
Dentre os defensores do abrasileiramento da língua, estão expoentes do romantismo brasileiro como José de Alencar e Gonçalves Dias, conhecidos por seu engajamento com questões nacionais. Mais progressistas no debate, defendiam a inserção de certas características da língua falada na norma padrão, argumentando o poder de enriquecimento do idioma e da formação de uma identidade nacional. No entanto, se mostram conservadores ao indicar que nem todo tipo de transformação