Resumo do texto nascimento do hospital
(pgs. 6 e 7)
As características do hospital podem ser compreendidas através das técnicas de poder disciplinar. No final do século XVIII a questão da localização do hospital foi levantada; era preciso que o espaço em que ele se situe esteja ajustado ao enquadrinhamento sanitário da cidade. É no interior da medicina do espaço urbano que deve ser calculada a localização do hospital. O autor demonstra também a importância que a distribuição interna dos espaços adquiriu. Agora, era preciso pensar em como “constituir em torno de cada doente um pequeno meio espacial individualizado”. Com a evolução deste modo de encarar o hospital houve a modicação do pensamento de que ele seria um espaço não apenas de exclusão, onde se rejeitam os doentes para a morte, mas como um instrumento de cura. A mudança do sistema de poder no interior do hospital foi outro fator que transformou o hospital para os moldes conhecidos por nós. Até meados do século XVIII quem detinha o poder eram os religiosos, que assumiam as tarefas administrativas e de cuidados com os pacientes. A figura do médico era associada aos momentos de crise, a visita médica era feita de modo irregular para a enorme quantidade de pacientes. Porém, ao hospital ser visto como um instrumento de cura e distribuição do espaço tornar-se um instrumento terapêutico, “o médico passa ser o principal responsável pela organização hospitalar”. Foi a partir de 1770 que um médico passou a residir no hospital, podendo ser acionado a qualquer hora. A manifestação dessa inversão de poderes podia ser observada no ritual da visita, no qual o médico agora vai a frente de toda a equipe. A construção e organização de um sistema de registro permanente do que acontece com os pacientes foi também um outro marco na história dos hospitais. Primeiro percebeu-se a necessidade de identificar os doentes, permitindo distinguí-los mesmo se morresem. Após, há o aparecimento de registros em