Resumo do livro liberalismo e democracia de norberto bobbio - capitulos 7,8 e 9
Cap 7 – Democracia e Igualdade
O liberalismo dos modernos e a democracia dos antigos foram frequentemente considerados antitéticos. Os democratas da antiguidade não conheciam os Direitos Naturais nem o dever estatal de interferência mínima e os liberais apresentavam uma desconfiança para com toda forma de governo popular, tendo sempre defendido o sufrágio restrito. A democracia moderna é compatível com o liberalismo e de certo modo, um prosseguimento da mesma desde que seja considerada o seu significado jurídico-institucional e não ético, mais procedimental do que substancial.
Historicamente “democracia” apresentou dois significados que costuma-se distinguir entre democracia formal e substancial, como governo do povo e como governo para o povo. Essas acepções levam a discussões sobre o mérito da democracia formal sem igualdade real ou da ampla igualdade acompanhada por um governo despótico. A democracia formal está historicamente ligada à formação do Estado liberal, de modo que o problema das relações entre liberalismo e democracia se resolve nas relações entre liberdade e igualdade as quais pressupõem uma resposta a duas perguntas: “Qual liberdade? Qual igualdade?”.
Na esfera econômica a liberdade e a igualdade são valores antitéticos, não se podendo realizar plenamente um sem limitar o outro. Correntes liberais e igualitárias possuem concepções diversas do homem e da sociedade. Individualista, conflituosa e pluralista, em que o fim principal é a expansão da personalidade pessoal, mesmo que o desenvolvimento da personalidade mais rica ocorrer em detrimento da mais pobreada, é a concepção liberal. Totalizante, harmônica e monista, em que o desenvolvimento da comunidade seria o fim, mesmo que ao custo de diminuir a esfera de liberdade indivídual, é a concepção igualitária.
A única forma de igualdade compatível para o liberalismo é a igualdade na liberdade: cada um deve gozar de tanta