resumo do livro basilio
A segunda metade do século XIX corresponde aos últimos anos da terceira fase do Romantismo português e é marcada por uma grande e grave crise em Portugal. Embora tivesse conhecido, no período, uma certa estabilidade, o país vê-a definhar por causa de suas dificuldades estruturais de economia. E contempla uma Europa renovada no plano político, social, econômico e cultural. Não apenas contempla, mas também se vê invadido pelas novas conquistas do velho mundo, já que existe, em Coimbra, uma juventude que está atenta às novidades européias, principalmente as da França.
Assim floresce a chamada "Geração de 70": influenciada pelos modelos franceses buscados em Balzac, Stendhal, Flaubert e Zola. Os jovens acadêmicos portugueses absorvem as teorias emergentes, tais como o Determinismo de Taine, o Socialismo "utópico" de Proudhon, o Positivismo de Auguste Comte, além do Evolucionismo de Darwin, entre outras novidades no campo das Ciências e da Filosofia.
Nesse ambiente, um acontecimento é marcante: a Questão Coimbrã, polêmica entre a juventude revolucionária de Coimbra - que lutava por equiparar Portugal ao resto da Europa - e os românticos tradicionais de Lisboa - que pretendiam manter a situação cultural como estava. A vitória dos revoltosos levaria a Questão Coimbrã a ser considerada o marco inicial do Realismo-Naturalismo português, em 1865.
Eça de Queirós não participou da polêmica; sua atuação mais efetiva no cenário cultural luso aconteceria mais tarde, ao aderir ao grupo " O Cenáculo" (1869) e ser um dos responsáveis pelas "Conferências Democráticas do cassino Lisbonense" (1871). É ele também o autor do primeiro romance realista-naturalista português, O crime do padre Amaro, de 1875.
Considerado um dos maiores prosadores da Língua, Eça cultivou o jornalismo, a literatura de viagens, a hagiografia, o conto e o romance. Nesses dois últimos gêneros realizou-se notavelmente: é onde está o melhor da sua obra, que continua, até