Resumo do Filme O Golpe do Destino
O Golpe do Destino é um filme que fala sobre as pessoas e sobre os médicos. Sim, estou traçando uma linha divisória entre o Médico e as Pessoas. Não há nisso nenhum tipo de arrogância ou de desprezo. Há, simplesmente, a constatação do fato de que as pessoas reagem de maneira diferente quando estão em frente a um médico: aquele homem (ou mulher) é o arauto das boas ou das más notícias. Assim sendo, é praticamente impossível encará-lo(a) com indiferença.
Porém, essa linha divisória torna o médico ainda mais responsável por suas atitudes. Afinal, ele está lidando com o bem mais precioso que alguém pode ter: a vida. Neste filme, William Hurt interpreta um médico solitário, egoísta e indiferente que se refere a seus pacientes como números em um papel ou como leitos de hospital. Ou, ainda pior: que os designa pela enfermidade que os acomete. Isso até que um dia ele, que já vinha ignorando uma tossezinha incômoda, cospe sangue. E descobre que tem um câncer na garganta.
Depois de atravessar a tênue linha Paciente/Médico, o Dr. Jack (Hurt) passa a conhecer o outro lado da moeda. Como é enfrentar a burocracia e a indiferença dos médicos. O que é esperar por horas o resultado de um exame ou por uma consulta na qual será informado sobre o andamento de seu tratamento. O que significa ser apenas um número em um papel.
Aos poucos, seu comportamento com seus próprios pacientes vai mudando e ele descobre, para sua própria surpresa, que se importa com eles. Que se preocupa. Que eles são pessoas.
O golpe do Destino é um filme com o qual é fácil se identificar. Todos nós já precisamos de um médico e já experimentamos a angústia de estarmos, de um modo ou de outro, à mercê daquela pessoa.
Mas o roteiro peca por seu um pouco maniqueísta, às vezes. Afinal, não é uma grande felicidade que a médica que passa a atender o Dr. Jack seja, na verdade, igualzinha a ele? (Ou, pelo menos, ao que ele era?) E se fosse o contrário? E se ela fosse uma médica intensamente envolvida com