resumo do filme adeus lenine
D. Manuel quando assume o poder pretende dar continuidade aos desejos do seu antecessor, na conquista de novos mares e de novas terras. Numa noite ele sonha com vários mundos, nações de muita gente, estranha e fera e vê dois homens, que pareciam muito velhos , de aspecto, ainda que agreste, venerando. Estes apresentam-se como sendo os rios Ganges e Indo, que afirmam a D. Manuel que é tempo de mandar «a receber de nós tributos grandes». O sonho prenuncia os êxitos, a fama, o poder e a glória de que se cobrirá o Rei por ter conseguido descobrir o Oriente.
Freud, o «pai da Psicanálise», em Interpretação dos Sonhos, procura mostrar que o sonho é a representação dissimulada da realização de um desejo e que «os sonhos fazem uso de todas as simbologias já presentes no pensamento inconsciente». Camões, sem os conhecimentos da moderna psicanálise, soube entender que o sonho de D. Manuel poderia representar a concretização de uma vontade dos seus antepassados. Recorreu então às imagens das fontes e dos rios, transformados em velhos veneráveis, para simbolizar o desejo de conquista do Oriente. Os velhos representam as gentes e as terras antigas, das vastas regiões da Índia; a fonte surge, de acordo com a cultura tradicional, como símbolo da origem e do poder; o rio evoca a ideia de correr ou viajar na direcção do mar. No sonho aparecem estas imagens da água a sugerir o poder a alcançar com a viagem por mares até à Índia, onde correm o Ganges e o Indo.
Os navegantes e também Vasco da Gama, ultrapassam a sua individualidade ou a particularização do herói colectivo, que é o povo português. São símbolo do heroísmo lusíada, do espírito de aventura e da capacidade de vivência cosmopolita.
Nos vários episódios e no recurso à mitologia, há elementos simbólicos importantes que podem ajudar na interpretação dessa mensagem humanista e de exaltação lusíada que Camões nos deixou.
O sonho é um símbolo do que pode o espírito humano quando procura pôr em