resumo do Drummond
Vagner Camilo na introdução de seu estudo, afirma dividir seu trabalho em três partes, sendo a primeira delas dedicada ao contexto de especialização do trabalho artístico e intelectual e de recrudescimento da política adotada no pós-guerra, à luz do qual pretende-se compreender a guinada operada na lírica drummondiana e a nova atitude do poeta. A segunda parte ocupa-se da transição entre a poética social de A Rosa do Povo e a pessimista e classicizante de Claro Enigma. E a última parte diz respeito à ênfase posta nas relações entre a guinada classicizante de Claro Enigma e o contexto marcado pelo sectarismo ideológico. Abordamos na leitura feita, somente a primeira e segunda parte do estudo de Vagner Camilo. O autor expõe a postura de vários outros críticos para elucidar esse momento de “passagem” de Dummond. O autor evidencia a fase social marcada em A Rosa do Povo, que é marcada pela vontade do poeta de participar e tentar transformar o mundo, o pessimismo e o isolamento da 1ª fase do poeta é posto de lado. Drummond se solidariza com os problemas do mundo. Vagner Camilo cita Sérgio Buarque para definir a fase de Drummond em A Rosa do Povo como, uma poesia do tempo presente, dos homens presentes, da vida presente. Já em Claro Enigma, a emergência de um novo Drummond, como diz Merquior, o transforma em pessimista, semiclássico, fugido da sociedade, alheio às lutas concretas. O próprio Merquior reconhece ter compartilhado, um dia, os equívocos dessa visão que ora o condena e que partem da velha dissociação, entre conteúdo e forma. Gaspar Simões não chega a considerar o fato de que, ao afirmar, justamente na prosa contemporânea de Claro Enigma, que toda poesia nasce de uma determinada circunstância, transfigurada por força da arte, Drummond poderia estar lançando alguma luz sobre sua própria poesia